Introdução. O envolvimento cerebral difuso do lupus eritematoso sistémico (LES) pode ter dificuldades diagnósticas devido à sua escassa expressividade biológica. Os exames de imagem e laboratoriais costumam ser normais. Por este motivo, é provável que alguns doentes sem história prévia de LES, em que a doença tenha a sua manifestação inicial com uma perturbação psiquiátrica pura (psicose, depressão) não sejam correctamente diagnosticados. Este facto é sugerido pela constatação de que estes casos sejam descritos muito excepcionalmente. Os anticorpos contra a proteína ribosómica P foram intimamente relacionados com a psicose lúpica, ainda que o seu valor patogénico e especificidade se encontrem em discussão.
Caso clínico Uma doente jovem, sem antecedentes relevantes, apresentou um quadro de psicose catatónica persistente, cuja origem orgânica foi suspeitada devido à repetida existência de uma leve pleiocitose linfocitária no LCR. Os exames de imagiologia e laboratoriais foram normais, entre eles os anticorpos antinucleares e antirribosomais. Finalmente, o diagnóstico de LES pode ser efectuado graças à existência de um fenómeno de banda lúpica fortemente positivo na biópsia cutânea. Conclusões. É importante ter um alto índice de suspeita de LES em doentes com psicoses agudas atípicas. Uma vez que a expressão biológica da doença pode ser muito pobre, propomos o estudo do fenómeno da banda lúpica na biópsia cutânea destes doentes, ainda que na ausência de anticorpos antirribosomais
Palabras claveAnticorpos antirribosomaisPsicoseCategoriasNeurología del Lenguaje y la ComunicaciónNeuropsiquiatría
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